[RESENHA] Quando eu era Joe - Karen David


Quando eu era Joe

Título original: When I was Joe
Autor (a): Karen David
ISBN: 9788581633398
Páginas: 320 páginas
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014

Sinopse: Imagine o que é perder, em uma única noite, sua casa, seus amigoos, sua escola e até mesmo o seu nome. Aos 14 anos, Ty presencia um crime bárbaro num parque de Londres. A partir desse momento, tudo muda para ele: a polícia o inclui no programa de proteção à testemunha, e Ty é obrigado a assumir uma vida diferente, em outra cidade. O menino ingênuo, tímido, que costumava ser a sombra do amigo Arron, matricula-se na nova escola como Joe... E Joe não poderia ser mais diferente de Ty: faz sucesso com as meninas, torna-se um corredor famoso... Joe é tão popular que acaba incomodando os encrenqueiros da escola.
Ser Joe é bem melhor do que ser Ty. Mas, logo agora, quando ele finalmente parece ter se encaixado no mundo, os atentados e ameaças de morte contra sua família o obrigam a viver no anonimato, em fuga constante e sob a pressão de prestar depoimentos sobre uma noite que ele gostaria de esquecer.
Um livro - de tirar o fôlego! - sobre coragem e sobre o peso das consequêcias do que fazemos.


Resenha:

Um assunto pra lá de interessante, muito bem explicado. Um bom personagem que deixa a desejar. Vilões que você quer muito conhecer, uma mãe desleixada e uma história gostosa, mas que nem consegue chegar a ser 'mais do mesmo'...

Tyler Lewis é um adolescente de 14 anos, que parece ser um adulto e isso foi o que mais me incomodou na leitura. Bom, que seja! Ty é testemunha de um assassinato, e agora, a polícia acredita que ele precise de proteção.
Essa crença se trona uma certeza quando a casa de Ty é incendiada por bombas caseiras e ele e sua mãe estão dentro. Rapidamente salvos e inseridos em outro lugar sob novas aparências e identidades, Ty e sua mãe, Nikki, tentam se adaptar e afastar o medo, mas esta se mostra uma tarefa bastante difícil.
Nikki precisou abandonar a faculdade de direito faltando um mês para se formar, abandonar o trabalho, e as noitadas com as amigas, único luxo que ela se permitia na atarefada vida de mãe solteira; detalhe é que Nikki tem 31 anos e pariu Tyler aos 16, fato que ainda lhe rende algumas olhadelas pre-conceituosas.
Como consequência de tantos sacrifícios, ela logo se mostra incapaz de cuidar de si mesma, o que acaba esfriando o relacionamento com seu filho. E é bastante ruim para Ty, agora Joe, que, desde que iniciou a nova identidade recebeu de brinde uma personalidade totalmente incompatível com a que ele tinha, e esse é o segundo problema neste romance; ninguém consegue alterar sua personalidade de maneira tão drástica em tão pouco tempo. E isso não é um exagero, já que Ty o introvertido e tímido se torna Joe, o namoradeiro, descolado e valentão da noite para o dia.
E essa personalidade faz com que Joe esteja sempre envolto em problemas, e eles acabam chegando ao conhecimento de Nikki, que mesmo sendo Michele, continua sendo chata sob o clinico olhar do precoce Joe Andrews.
Entre suas novas paixões, conhecemos Ashley, a popular e bonita e dominadora e mentirosa e oportunista primeira peguete de Joe. Essas 'qualidades' citadas são bastante normais para uma adolescente mimadinha, certo? Mas Ashley tem treze anos, portanto, nem é considerada uma adolescente ainda (mesmo nessa geração avançada, que já nasce com perfil no facebook), o que me fez pensar que, desde o princípio, Joe estava destinado a namorar uma garota com amadurecimento precoce como o dele. #sqn
Agora Joe se mostra interessado em esportes, e se revela a nova sensação do atletismo no colégio. Sua treinadora é Ellie, outra sensação do atletismo, mas na categoria cadeirante. De longe a melhor personagem do livro, Ellie é severamente concentrada e está treinando para correr nas paraolimpíadas.
Essa parte do atletismo é importante pois é nos treinos que temos a chance de conhecer o verdadeiro Joe, ou Ty, sei lá também. Seu 'eu' anterior era uma criança dominada pelos desejos da mãe e adepta a más amizades, o que levou Tyler a criar alguns costumes nem um pouco legais, como andar armado com uma faca. Fato que ele não se preocupou em contar para a polícia.
Mas a parte que merece ênfase é a que me convence um pouco sobre o 'precoce' de Joe. Ele é um rapaz levemente marginalizado tendo a oportunidade de experimentar coisas que ele nunca pode. E a liberdade é um ponto chave nessa história toda.
Enquanto Joe vai se adaptando ao pior lado de Tyler, o romance dele com Ashley, assim como a relação dele com a mãe, ficam cada vez mais difíceis, até que o namoreco chega ao fim. E então a amizade dele com a pequena e tímida Claire (irmã de Ellie), ganha força, passando para um nível a mais quando Joe descobre o pior segredo da garota, fator que o induz a revelar toda a verdade sobre si e o programa de proteção.
Mas, como já esclarecido, Joe carrega consigo o pior lado de Ty e isso pode acabar colocando tudo a perder.
Enquanto ele tenta sobreviver num mundo assustador, onde o inimigo pode ter várias faces, sua família tem os próprios problemas para resolver, e quando tudo isso se mistura, as  peças do quebra-cabeças vão se encaixando e nós passamos a entender que Tyler também teve sua cota de participação no assassinato, direta ou indiretamente, e isso é algo que você vai descobrir lendo.

Todas as letras, palavras, frases e parágrafos acima servem para mostrar que "Quando eu era Joe" é um romance promissor que pode acarretar em sequencias verdadeiramente boas. Mas que também, talvez pudesse ter sido lançado mais tarde, quando a autora tivesse suas ideias e planejamentos mais bem preparados, garantindo que que romance de estreia não terminasse em caráter tão amador.


Até Mais...



2 comentários:

  1. cara eu achei esse livro mega legal, não vejo a hora de sair a continuação.

    Seguindo o Coelho Branco

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    1. OI Alice, eu estava passeando pelo Skoob um dia desses, e vi que a Editora novo Conceito enfim anunciou a continuação de 'Quando eu era Joe". "Quase Verdade" está marcado pra chegar às livrarias ainda esse mês.

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